Dr. Thomaz Cortez comenta norma do CFM que proíbe prescrição de anabolizantes para fins estéticos

De acordo com o Dr. Thomaz Cortez, a substância ainda pode ser prescrita para tratar problemas de saúde, como a perda da gordura abdominal

O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu na terça-feira (11), em nota publicada no Diário Oficial da União (DOU), que médicos prescrevam esteroides androgênicos e anabolizantes para fins estéticos. Os hormônios sintéticos eram usados para a melhora do desempenho esportivo e ganho de massa muscular. Com as novas regras, a destinação e prescrição da substância passaram a ser apenas para casos específicos.

Para pessoas que estão em busca de perda de gordura abdominal, por exemplo, os anabolizantes ainda podem ser receitados, explica o médico Dr. Thomaz Cortez. Ele frisa que, normalmente, essas substâncias são indicadas para terapias de reposição hormonal. Quando se trata dessas destinações, a prescrição não passará por alteração.

“A medicação tem indicação correta, e não apenas para fins estéticos. Já indicamos esteroides anabólicos para hipertrofia muscular, por exemplo. Esses medicamentos podem também ajudar a prevenir diabetes com a testosterona. Além disso, existem estudos que relacionam a testosterona na prevenção de síndrome metabólica do paciente obeso”, disse.

“Ou seja, ao invés de ele fazer síndrome metabólica, repor a testosterona pode ser adequado. Os anabolizantes podem ser usados também para a perda de gordura abdominal, que é a gordura visceral, a pior que existe. Ela se acumula no abdômen, e a testosterona pode diminuir a circunferência abdominal. Então, existem indicações desses hormônios para a saúde, além da estética”, completou.

O médico alerta ainda para os riscos do uso não indicado ou da automedicação. O Dr. Thomaz Cortez pontua que essas substâncias, por se tratar de algo sintético, podem ser prejudiciais se usadas sem indicação de um profissional da saúde.

“O uso de anabolizantes para fins não médicos, como melhora do condicionamento físico e aumento de massa muscular, pode ser prejudicial. A curto prazo é possível ver resultados, mas, em um período maior os danos à saúde se tornam aparentes. Pode resultar, até mesmo, em problemas cardiovasculares. Então, é importante fazer uma análise de caso e sempre levar em consideração os riscos”, concluiu.